Dizia-me há dias um emigrante de “vacanças” que a nossa pátria é aquela que nos dá trabalho e possibilidades de viver decentemente. Dizia ainda que só vinha à terra onde nascera, para aproveitar o sol, a praia e visitar alguns familiares e amigos. A sua verdadeira pátria, era aquela que lhe dera o pão e permitira criar a família - a França; a terra que o vira nascer – Portugal – fora-lhe madrasta e ele já não a considerava como sua pátria.
Se calhar este homem tem razão, mas não tinha necessidade de falar assim. Mas o seu exemplo serve para explicar o que acontece na sociedade portuguesa. E o que sucede, é que o patriotismo aumenta à medida em que se sobe nas camadas sociais, isto é quanto mais somos ricos, mais patriotas nos tornamos.
Os verdadeiros portugueses foram e são as pessoas com estatuto. Os outros, só atrapalham e estragam as estatísticas; só têm utilidade quando servem para defender os nossos interesses na hora da traulitada.
Em resumo: se querem encontrar bons patriotas, eles estão nas camadas mais altas da sociedade.
Quanto aos traidores, também os há. Dão-se ares de pensadores e de defensores dos interesses do povo. Não conseguem ser alguém na vida.
Cá por mim, penso que quanto mais amealhar, mais amarei a minha pátria.
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